A sensação mais indesejada é quando temos que assumir algo que realmente nos incomoda. Aquela sensação que te faz sentir-se extremamente fraca e incapaz. Nada como se perder para se encontrar.
Quando tomamos uma apunhalada nas costas, parece realmente que o mundo vai acabar. E pode-se estar de TPM ou não, a sensação é horrível da mesma forma.
Quando nos vemos sozinhas em um barco afundando, não há baldinho que consiga retirar a água minando, e aquele que poderia colocar o dedinho no buraco enquanto você enche o bote salva-vidas, numa hora dessas já foi embora com o tal bote e te deixou ali a ver tubarões. E o que pensamos em primeiro lugar é se perguntar "por que?"
Não é fácil lidar com uma situação dessas. Principalmente quando você já via que teu barco estava rachado. E aquela pessoa que desapareceu com teu bote nem sequer se deu ao luxo de deixar um bilhetinho agradecendo por você ter sido tão dedicada e extraordinariamente imbecil a ponto de confiar de olhos vendados.
A história é uma metáfora sim, mas não estamos falando de traição... se bem que se for parar pra pensar, estamos falando de traição sim...
Mas é aquela que te tira a confiança do próprio chão que você pisa.
A segunda medida que tomamos depois é se culpar. Lembrar o que foi que fizemos para entender o motivo de tudo aquilo... e é claro que depois do resgate, as pessoas que ficaram em terra, inconformadas com a falta de humanidade alheia, te questiona sobre você querer tampar o sol com a peneira.
Mas o que fazer quando o coração não o trata assim?
Claro que a história muda...
A terceira medida é abraçar essas pessoas que te esperaram em terra e que realmente se preocuparam em acionar o resgate pra te socorrer desse apuros que parece não ter fim... e agradecer imensamente pela tua vida...
A partir desse ponto é que a quarta e última etapa entra... a verdade desvenda teus olhos. Te fortalece novamente e a gente volta a acreditar na vida e nas pessoas... e isso se torna um ciclo vicioso.
Mas a história chega ao fim naquele botinho salva-vidas perdido no mar... porque aquele que fugiu com a esperança, com os sonhos, ficou sozinho, sem ninguém pra sentir a sua falta...
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