Gita & Parte 2 & A Entrega



Sol e Lua... nossos apelidos de juramento e nossos relógios. Nos abraçamos muito respeitosamente e estranhamente nos olhamos profundamente, coisa de retinas deslocando loucamente a procura de sinais... De envelhecimento e principalmente a fisionomia do momento. Desabafamos assuntos corriqueiros.

No meio do meu falatório, ele pega a minha mão e sem dizer uma palavra, de mãos dadas paramos na recepção do Copacabana Palace. Depois da confirmação e disponibilidade do quarto, subimos o elevador quietos e completamente sorridentes... Ele resolve parar no 4º andar e de surpresa me pega no colo para chegar ao “nosso” quarto no 5º andar... Não reagi... até a porta selar o que devia ser invólucro – o encontro, secreto e velho.

Sol (ele), me pôs a mercê da cama e deitava-me aparando as mãos na nuca e um beijo na minha boca trêmula. Suspiramos atados um ao outro e sobre o silêncio, deixamos o toque dos lençóis e nosso pele reger o único som que parecia ser real – E eram os gemidos... sufocados, alados, enigmáticos, cáusticos...

Depois de nossa “real” entrega, fomos nus a janela. Vi os morros do Rio de Janeiro e a beira mar com ninguém mais a admirar. Sol me dizia que enquanto eu admirasse o mar, ele me admirava. Foi a primeira frase, de tantas, sem sentido relativo àquela noite... Olhei o relógio e lembrei a ele que só tinha a partir daquele instante, 35 horas para fazer do cumprimento da nossa promessa, a primeira e/ou única entrega...

Sol me calou com outro de seus beijos, dizendo:
_ O mestre dos magos diz: “Admire incansavelmente apenas o que temos...”

( C O N T I N U A)!


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