Poulain pt8: Abstinência


Chegando em casa, liguei a secretaria eletrônica e havia 7 mensagens - Luque!
Sem interesse em ouvir, apaguei-as, sentei no sofá e lá estava o meu celular tocando. Era de uma empresa, no interior de São Paulo, aprovando meu desfile 'pin up' que aconteceria há exatamente uma semana, o que no mesmo momento me deixou completamente apavorada: nem metade das peças estavam confeccionadas, e ainda faltavam modelos que se encaixassem no perfil do tema.
Resolvi não me estressar e deixar todo essa bagagem pra minha segunda-feira. Afinal, começo de semana servia pra isso. Sem contar o meu reencontro com Luque em meus pensamentos.
Coloquei um pouco de whisky em um copo, três pedras de gelo e um fundo musical agradável.
Estava me sentindo bem, ou pelo menos afirmava isso pra mim mesma - era agradável como soava aquilo em meus pensamentos. Comecei a me lembrar da tarde e aquilo me deixava alegre. E me pegava pensando em como o tal rapaz seria na cama... era promíscuo, porém verdadeiro.
Fazia um tempo que não tragava um cigarro, então acendi um que eu sempre deixava na gaveta do balcão. Cada tragada por vez, sem pressa, pacientemente, tomava gole por gole do meu drink. Eu realmente estava bem, mesmo sentido necessidade de afirmar isso.
Eu sentia falta do Luque, sentia falta de suas ligações, sentia falta dos e-mails, dos telefonemas de 3 horas, mesmo quando tínhamos acabado de nos despedir, da companhia, do amor. Eu sentia aquela dor que apertava no coração, mas também não cogitava uma ligação - adormeci, no sofá da sala.

(continua)

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