Enquanto me arrumava para encontrar amigos em um bar, me lembrei de um mês exótico que passei, exatamente ao vestir minha meia arrastão. Ri sozinha por deparar-me com algo que, no momento que aconteceu, eu só pensava em esquecer!
Certo dia fui jantar com um amigo que mora no exterior e estava de passagem pelo país. O restaurante requintado e de bom gosto foi escolhido por ele. Fomos atendidos por um waiter que me chamou muito a atenção. E pra ser sincera, já havia reparado nele das outras vezes que lá estive.
Ele não era dono de uma beleza marcante, mas tinha um charme sobrenatural. Não sei se era a maneira de atender, pois nunca neguei minha preferencia por homens educados ou se realmente tinha algo ali que não reparei o qual tinha prendido a minha atenção.
Pois bem. Passaram-se 7 dias. Me senti na liberdade de fazer algo, já que estava sozinha por algum tempo, e claro, atolada no trabalho.
Combinei um almoço com uma amiga e lá vai eu, enfiar o meu cartão no bolso do rapaz na mesma hora em que paguei a conta.
Na mesma noite ele me ligou. Primeiro ponto: não gosto de homens que curtem um rodeio.
O primeiro encontro começou um tanto incisivo. Ele era mais velho, mas parecia um adolescente. Não sei se era a vontade de surpreender, ou o contrário disso. Mas senti que ele estava empolgado, e geralmente quando isso acontece, os garotos acabam agindo diferentemente do que eles realmente são. E, em meio a uma conversa, ele me surpreendeu com um beijo.
O que era pra ser romântico tornou-se um pesadelo!
Que beijo foi aquele? Nãaaao! Não era NADA que casava com meus lábios, nem tão pouco com o meu ritmo. Não parecia que ele queria explorar a minha boca... mais parecia uma guerra de línguas! Suas mãos apertavam meus braços e pescoço como um serial killer. Me imaginei sendo carregada dentro de um daqueles pratos que ele servia!
Depois daquela noite, e a vontade dele explicitada que queria me ver novamente, procurei pensar sempre pela porcaria do lado positivo. Não sei que cargas d'água me deu em partir para uma segunda etapa quando na verdade a primeira nem deveria ter rolado. Diversas desculpas passaram pela minha cabeça:
'Hugh Jackman deve ter a mesma pegada'
'Geralmente o beijo se encaixa com o tempo'
'Pela educação dele, acredito que na cama ele deve ser mais cauteloso'
Um mês se passou. E o tal teste on my bed nem tinha acontecido ainda. A vontade não tinha batido e estava fugindo de todas as formas possíveis. O beijo nesse tempo realmente tinha melhorado UM POUQUINHO, mas ainda me sentia um pedaço de bife a parmigiana ao ser abraçada.
Acredito que a sua gentileza que acabava me prendendo naquela situação. E foi o que me convenceu a aceitar o convite para o Motel. Ai, se arrependimento matasse!
Por não estarmos em uma região de nosso conhecimento, fomos parar no Motel que mais fugia da nossa realidade. Comecei a rir quando abri a porta do quarto: correntes penduradas no teto, uma guilhotina no meio da suíte e uma luz vermelha de dar inveja para qualquer diretor de filme de terror americano.
E tudo correu da forma que eu já sabia como seria, mas custava a acreditar. Em 5 minutos ele já tinha me deixado de lingerie, e eu ali... me perguntando o que eu estava fazendo.
Em 15 minutos desde a nossa chegada, eu já estava discutindo com o dito cujo. Ele já estava me dando nojo da forma bruta que 'tentava' me beijar. Emburrado, ele virou-se para um lado, e resmungava qualquer coisa que não me prendeu a atenção como ele tinha conseguido uma única vez: segurando uma bandeja.
Pensando naquilo tudo e mais um pouco, fixei meus olhos no teto do quarto. Como se eu voltasse para o corpo, reparei que a luminária do quarto tratava-se de uma grande vagina, com clitóris e tudo, e o botão que regulava a intensidade da luz fazia com que aquela enorme genitália feminina brilhasse sobre minha cabeça.
A noite terminou com meu querido companheiro passando mal no banheiro do Motel, e uma volta para casa em silêncio.
Nunca mais soube do tal rapaz.
Aprendi várias lições:
1) Não é sempre que se pode ter uma visão positiva das situações: se o beijo já não casa, deixa pra lá;
2) Nunca que Hugh Jackman me perdoaria por ter ousado em imaginar que ele pudesse fazer o mesmo;
3) Se pra cada panela há a sua tampa, a dele seria Amy Winehouse;
4) Jamais deixarei de seguir minha intuição
...e a principal de todas:
5) Nunca fantasie demais com homens trabalhando. Nós mulheres nunca acertamos na dosagem da verdade nessas situações.
Johnny, obrigada pela foto.
É se muitas vezes ouvissemos a voz que vem lá do fundo dizendo não continue o pesadelo muitas dessas coisas não aconteceriam....
ResponderExcluirAdorei....
Bjs