O site fez um ano e nossa amiga Tuka expôs um texto muito convidativo a pensar sobre o sumiço e nossas ausências com aqueles que admiramos. Pensei então no meu sumiço e cheguei a conclusão de que o medo se tornou um adjetivo desse tempo, porque como bem disse Tuka, basta-me ser mãe, esposa, profissional... etc... para sumir!
Mas de fato, um medo de não parecer competente, suficiente, abrangente... e mais qualquer tipo de ação reagente - me fez desaparecer - da vida social ou até mesmo de um cotidiano mais solidário com todos que gosto. Enfim.... como Tuka, quero expôr um bom motivo para continuar sumindo mas ciente do gostar que tenho por quem apreço, e principalmente dizer o que mais uma vez aprendi, sendo tudo isso que me faz ser relativamente medrosa de perder tudo o que gosto, por gosto da realidade possessiva que às vezes governa vidas!
"Medo sem Ofício"
Sei que o medo é filho gerado pela mãe dúvida. É filho bastardo de amor e atenção. Mais um sentimento cheio de grande ou pequena ilusão. Sei também que o medo cresce, e seja como for, ninguém sabe o que será… Por isso precisa trabalhar… porque certos medos ainda apontam seu destino na esperança de proteger desafios.
Medo bonito não existe, mas existe medo perseverante, a procura de um lugar vago no cotidiano daquele que perde seu contento… O medo é eficiente, quer ganhar bem mais que um coração descrente, quer mandar nas nossas convicções.
Nossos medos precisam trabalhar com certezas, necessitam abandonar o ócio da incapacidade e não admitir a chantagem das rudezas. São ossos do ofício, sentir receios perante uma jornada de longos caminhos, mas não façamos do medo, mais um empregado da incerteza, sem ofício…
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