Bruna B. em "Cócegas"


Me lembro de quando era mais nova e meus pais, tios, primos e irmãos chegavam procurando aonde eu era sensível a cócegas. Era tão fácil descobrir, mas eu me entregava falando: AI NÃO AI NÃO e era lá que a pessoa ia, e então eu me via dando gargalhadas vergonhosas, e tentando pedir, entre uma e outra vez que recuperava o folêgo, para parar, pelo amor de Deus!
A barriga ficava tremendo, e o outro, mesmo sem estar sendo atacado também caáa na risada; era algo tão bobo mas por um segundo eu pensava que a vida era uma delícia, mesmo sendo nova demais pra duvidar do contrário.
Só que o tempo passa - passou pra mim - e com o tempo a gente começa a ter que estudar mais na escola, procurar um emprego, se banca na vida e no meio do dia cheio de preocupações é mais difícil dar aquela risada descontrolada de quando a gente era uma criança. Algumas tentativas de brincadeiras acabam sendo chamadas de 'brincadeiras de mau gosto' ou então, só recebem um riso disfarçado, afinal agora você cresceu e tem que se comportar como alguém de sua idade.
Estamos presos a uma rotina que um dia é a melhor de todas e no outro é uma espécie de maldição...não faz sentido algum, vivemos com dúvidas, medos, e por mais que a gente lute contra todos eles não é contra todos que vencemos. Normal, essa é a vida.
Só que por alguma razão a gente esquece que não é tudo tão sério e ao pé da letra na vida, não é porque alguém não conseguiu realizar seu sonho que a gente também não vai, não é porque o fulano deu errado com a ciclana que a nossa história também vai ter um final... a gente se pega viciado em ser pessimista, viramos nossos maiores vilões, e então, cade aquele riso tranquilo? Parece que nada mais é capaz de nos fazer esquecer de tudo, e justo agora, justo quando a gente tem o que esquecer, o que encarar de forma mais leve e necessidade de rir até a barriga doer.
Mas o bom da vida é que ela é uma máquina que nunca parar de preparar surpresas, e sabe quando elas aparecem? Quando a gente menos espera, quando estamos no momento mais louco da vida, cheio de dúvidas, se perguntando em quem confiar, procurando pelo momento aonde vamos vencer e cegos, duvidando de que no meio disso tudo que é sempre igual pode aparecer alguma coisa diferente, que mude tudo.
Pois eis que um dia você acorda em um daqueles dias em que não sabe porque, mas fala: 'vou me dar uma chance, vou ignorar as coisas chatas e vou tentar me divertir, ser leve' porque está tão cansada, acaba de lutar pelo que você nem se lembra o que é, e você opta por não acreditar em horóscopos, conhecidos ou na rotina, mas sim por acreditar em você e nessa coisa que a gente chama de vida.
Nesse dia você coloca uma roupa confortável, reuni todas as pessoas que te fazem sorrir, fala pouco, tenta aproveitar as companhias, e no meio disso tudo, se sente em casa de novo, e no momento seguinte alguém encontra o seu ponto fraco, aquele que te faz sentir cócegas, e  ri meio contida, porque nem se lembra direito como é isso, mas de qualquer forma se esquece de tudo, quem está do seu lado, o que preocupa sua cabeça, e você só ri e tenta pedir com o olhar pro outro parar, só que o outro acha graça em te fazer rir e não pára.
Você encontrou sua certeza, a vida é mesmo mais difícil quando a gente cresce, mas se a gente se permitir a gente consegue esquecer tanta coisa e rir bem gostoso novamente, só depende da gente. Você sente cócegas e descobre que ser frágil e deixar que percebam isso pode ser extremamente delicioso... a vida é isso, não é perder a cabeça, é perceber que mesmo sendo coisa séria é mais fácil quando a gente vive de forma leve, se rende e cai na gargalhada.

Sim, Bruna B. foi pega pelas cócegas.

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