Profissão: Jornalista, Fotógrafo e Escritor!
A genial ideia é evidenciar a trajetória de dois personagens à margem do esquecimento com relação a luta do negro brasileiro contra o racismo. E daí? E daí que qualquer manifestação contrária ao abuso de poderes, ao preconceito, deveria ser fato relevante para a sociedade, além de pura história. No século passado, falávamos mais de revoluções morais que tecnológicas e se pensarmos nos valores como herança daquele século, muitas conquistas fogem a memória de um povo. É justamente algumas destas conquistas que o livro nos faz reconhecer através da luta que Laudelina de Campos Mello, precursora da sindicalização das empregadas domésticas no Brasil e Antonio Carlos Santos Silva, defensor da cultura genuinamente popular, entre outros mil feitos reescritos em prefácio pela Jornalista Márcia Fantinatti.
Estamos falando de militância, palavra igualmente apagada para novas gerações. Roniel vem contar-nos a vida de exemplos, heróis porque nos remete a pensar em qual é a real dinâmica da mistificada igualdade racial. Parafraseando, a força motriz do livro é "especificamente a questão do negro, misturado mas não integrado a uma sociedade (a brasileira, urbana e contemporânea) que nasceu miscigenada, mas ainda não encontrou a senda da integração racial, insistindo da perpetuação do preconceito." - Como bem disse Wagner Geribello em sua resenha para o livro. Enfim, existem tantas conquistas engajadas na nossa história, que resta ao povo lamentar pela falta de educação como cultura ou então aproveitar a oportunidade de ler, conhecer parte de tudo isso. E a melhor forma de entender a lógica de sua escrita e revelações deste livro-reportagem, é reler conclusões de quem já explorou essas verdades à tona. Vamos e entrevista!
Video com TC - Antonio Carlos Santos da Silva
Continuação da Entrevista
“Negros heróis, histórias que não estão no gibi” - Seu mais recente projeto é “uma obra literária que retrata a luta de mais de um século do negro brasileiro contra o racismo”... Na sua apresentação do livro, diz que a importância de narrar é evidenciar fatos que deveriam estar à mercê da memória brasileira. O que é preciso para que essa memória seja cultivada, customizada, que seja cultura viva ao povo brasileiro?
R: Creio que as pessoas devem se atentar mais ao seu passado. Um povo que não sabe de onde veio, dificilmente sabe onde deve chegar. Muito de nossa história não é contada pelos grandes meios de comunicação (dos quais eu também faço parte). Rever conceitos de comunicação e falar do que quase ninguém fala, é uma alternativa. Por isso, sempre que posso, faço trabalhos relativo à essas histórias, pessoas e ícones que já se foram, mas muito fizeram pelo país e nem foram lembrados. O jornalismo comunitário do Viva Favela e do Conexão, que é feito por crianças e idosos da comunidade, realmente me fazem um profissional mais feliz e ligado ao meu mundo.
Li que o FICC (Fundo de Investimentos Culturais do Município de Campinas) não aprovou o projeto de levar este incentivo e distribuição de 600 exemplares para a comunidade, escolas da periferia em prol da recuperação do patrimônio histórico da cidade. Qual seu pensamento sobre isso?
R: No começo, fiquei bem chateado. Porém, descobri que muita gente que conseguiu sucesso na empreitada, não foi contemplada com a grana. É uma vergonha. Por isso, tenho feito tudo com as minhas mãos e contando com ajuda de amigos.
Os personagens são realmente heróis... Ver a foto de Laudelina (Vó Nina) como sindicalista, em frente ao Ministro do Trabalho (Jarbas Passarinho) na época (1966), ou o TC no protesto contra o boicote governamental na Praça da Sé (1986) fez-me pensar o quanto hoje em dia estamos longe de praticar a política como cidadãos. Qual a repercussão do livro desde que começou a ser divulgado?
R: É muito boa. Quem leu, amou. Os personagens são fantásticos. São pessoas comuns que não são chamadas de heroínas pelo Bial, mas têm histórias fantásticas. A ideia é levar às pessoas essas histórias que não estão no gibi, na TV e em lugar nenhum.
Na sua bagagem profissional, qual a melhor lição de vida que virou história?
R: Eu sempre procuro trabalhar na mesma intensidade em qualquer trabalho. Seja fotografando a presidente em um evento chique ou enfiando o pé na lama na periferia, foto é foto. Um trabalho que me tocou bastante foi uma pauta que fiz para um jornal. A ideia era fotografar uma escola infantil. Lá, conheci um menino excepcional. Seu nome, Felipe. Meu xará. Eu fiz a seção encantado com as outras crianças, mas eu gostei mesmo é de fotografar o Felipe e pegá-lo no colo, brincar. Foi minha primeira experiência com uma criança especial e me tocou bastante. Pensei em um monte de coisas, no meu passado e na tal singularidade da vida. Fotografar a alegria de terceiros, me faz uma pessoa melhor. Aprendi que fazer parte da história das pessoas é bom demais.
Deixe-nos informados sobre quais suas pretensões para novos projetos e(ou) parcerias?
R: Claro que sim. Bora fazer esse mundão girar.
Gente que faz acontecer sempre deixa sua marca... Então nos fale sobre 05 palavras chaves que abrem portas na sua vida e compartilhe 05 coisas (atividades, música, foto, imagem, frase, princípio, personagens)... Que você admira por esse mundo!
R: Cinco palavras:
Humildade, humor (do bom), amizade, mãe e consideração.
Cinco Coisas:
Fotografia, vídeo-game, pizza, livros e trabalho.
R: Olha. Eu já plantei uma árvore, escrevi um livro e ainda não fiz um filho. Creio que o livro e a árvore sejam ótimos legados, mas o que fica de melhor mesmo são os bons momentos vividos e imortalizados. Sejam eles com uma câmera nas mãos ou não.
Pessoal, é assim que terminamos a estréia de Roniel Felipe no top post Gente que faz acontencer e para quem desejar do fundo do coração saber mais sobre seus atuais trabalhos, entra aqui. Quer mais? Faça como eu, adiciona o querido no Facebook, acompanhe o Blog, o Site e pronto! Estará super antenada no trabalho deste talento só! Quer agradar o amigo? Vote aqui! para eleger sua foto como predileta e enfim... Faça como ele e muita gente, faça a sua parte, opine, fale o que você pensa, da melhor forma que souber!
Saldos da entrevista: Um amigo + Futuro fotógrafo do meu casamento + Risadas e Etc. Para agradecer, em breve Roniel Felipe receberá um mimo do PhD (surpresa) e o meu imenso Obrigado, com direito a sofá reservado em nosso blog para bater papo, publicar qualquer texto lindo e foto idem, além do marketing da publicação do livro ou tomar um café. De restinho, deixo uma foto, como wallpaper da entrevista e o titulo é "Um olhar sobre a esperança" (a foto da alegria lembra?) E também uma música, como fundo musical dessa entrevista e homenagem à pessoa e o trabalho de Roniel Felipe. (Bem que o Rolling Stones podia ter trocado o Pronome She por He!)
Rolling Stones - She´s a Rainbow
She´s like a raiwbow / Coming colors in the air
Ela (Ele) é como um arco-íris / Trazendo cores no ar
Postar um comentário