Mal se lembrava de como era a liberdade, mas sabia que seu lugar não era onde estava.
Naquela tarde estava disposto a experimentar novamente aquilo que já não
tinha há algum tempo, mesmo sem ter certeza se era permitido.
Começou sua liberdade quando caminhou livre de suas roupas até a sacada
de seu apartamento, no décimo quinto andar do prédio mais conhecido da
cidade, e colocou-se de pé na janela. A vista dele era completamente
azul, uma linha separava os tons do céu e do mar. Seu grande desejo era o
céu.
A praia cheia e a avenida movimentada de não tinha significado algum
para ele, assim como as pessoas lá embaixo que o observavam não tinha
importância alguma. Só não entendi porque as pessoas o olhavam como um
pecador.
O céu era seu maior desejo, a mais predominante de suas ambições. Ele
queria subir o bastante para tocar o sol, sentar nas nuvens e esperar o
luar, tocar e colher algumas estrela.
Seus olhos brilhavam como o sol ao admirar o que queria como seu
destino. Ele sorriu para o céu, abriu suas asas e saltou como uma
criança em direção ao sol.
A multidão ansiosa gemeu ao ver aquele corpo nu cair.
Ele quis bater as asas, mas lembrou que as asas da imaginação não fariam
com que ele voasse. As asas necessárias ele não tinha, agora queria
voltar, não queria ter pulado, queria poder voar até o sol.Ninguém ali o
salvaria, mas todos iriam assistir a queda e até tentar socorrer. Ele
já se considerava morto e incapaz de realizar seu sonho por culpa de sua
loucura.
Sua liberdade tinha limite, e voar estava fora deles. Seus desejos às vezes não podem passar de vontades.
Fechou seus olhos e desejou novamente ter asas.
Nem sempre estamos onde o coração está. A liberdade é um luxo para quem sofre de desamor... Adorei o texto!
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