Nos últimos artigos, falei sobre o potencial da Internet e dei algumas dicas de lojas virtuais bacanas. O texto de hoje vai abordar algo que é quase inerente ao ambiente digital atualmente: a colaboração.
O caráter colaborativo da world wide web já não é novidade e tem nos sites em linguagem wiki e weblogs (ou simplesmente blogs) seus formatos mais antigos. No entanto, com o advento das redes sociais digitais, temos esta característica potencializada, o que permitiu gratas surpresas em diferentes vertentes. Uma das vertentes, já explorada no último artigo, é a de aplicativos.
Como foi mencionado, eles vêm para nos ajudar no dia a dia, mas também servem para nos divertir (e muito). O Candy Crush Saga é um típico exemplo disso. Ele não é um simples aplicativo que virou febre, como no caso dos Angry Birds. Ele está em um nível além, nas quais a diversão está quase que limitada ao processo de interação. 'Como assim?', você deve estar se perguntando. Simples: eu usuário não está limitado a jogar. Ele deve colaborar e interagir.
Isso acontece porque, em determinadas fases, o jogador precisa interagir com outros jogadores, como, por exemplo, para solicitar o destravamento de fases ou enviar vidas aos demais jogadores. Ademais, o jogo permite que você veja em que fases estão seus amigos e quais as pontuações máximas de cada um. Essas informações são obtidas porque o jogo pode ser integrado ao Facebook, o que permite esse compartilhamento de dados.
Mas, nem só de diversão vivem os aplicativos e a colaboração online. Eles também têm se tornado importantes ferramentas de trabalho, ainda mais no campo jornalístico. A participação do público sempre foi requerida por veículos de comunicação. Tratava-se de uma forma de saber a sua opinião e promover chances de interação entre o emissor da informação e o receptor. Mais uma vez, com o surgimento da Internet, essa interação não apenas é potencializada, como também muda de patamar.
Esse novo nível é estabelecido porque os usuários começam a receber conteúdos e também produzi-los, compartilhá-los e tecer opiniões e divulgar opiniões sobre os mais diversos assuntos. Muitos veículos de comunicação perceberam isso e iniciaram trabalhos sérios nesse sentido.
No exterior, o The Guardian é um dos modelos que mais representam (e de maneira extraordinariamente bem sucedida) esse novo nível. Lançado na primeira quinzena de abril, o GuardianWitness permite que qualquer cidadão munido de acesso à Internet faça o upload de conteúdos que sejam relevantes. O site deixa disponível diferentes assuntos para serem abordados e os usuários podem abordar esses temas através de textos, vídeos e fotografias, o que garante à pauta uma cobertura bastante abrangente e completa.
Para evitar constrangimentos e também a repetição de abordagens, a equipe do veículo deixa claro que apenas os melhores conteúdos serão postados. Isso significa que, mesmo que a empresa não pague seus colaboradores, caberão a estes primar pela qualidade e veracidade do que está sendo divulgado.
No Brasil, algumas empresas já realizaram ações nesse âmbito, mas de forma mais modesta. Foi o caso da Rede Globo, que por meio do projeto São Paulo +Limpa, pediu aos usuários de São Paulo que ajudassem a mapear os pontos na capital paulista que tivessem mais lixo. A ação foi tão positiva que foi estendida a outros pontos do estado e também ao Rio de Janeiro.
É fato que a colaboração e a interação são aspectos dos quais não se pode mais fugir em tempos de Internet. No entanto, resta saber quem serão os responsáveis em separar o joio do trigo em meio a tanto conteúdo produzido.
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