Que a leitura é importante, ninguém discute. Inúmeras campanhas já foram feitas para incentivar o desenvolvimento deste hábito. No entanto, o brasileiro ainda lê pouco, o que demonstra um atraso em relação a outros países do mundo. Em uma pesquisa realizada pelo Instituto Pró-Livro em 2011, foi constatado que cada cidadão brasileiro lê em média quatro livros por ano. Isso porque, em seu tempo livre, ele prefere fazer outras coisas, como, por exemplo, ver programas de televisão (85% dos respondentes), ouvir música ou rádio (52%). Apenas 28% dos brasileiros dedicam-se à leitura em seu tempo livre.
De acordo com Karine Pansa, presidente do Instituto Pró-Livro, atualmente o país tem 88,2 milhões de leitores, o que equivale a quase 50% da população. Desses leitores, 75% adquiriram o hábito por prazer, comprovando que, ao desenvolver-se o costume, a leitura torna-se algo natural. O número, entretanto, poderia ser maior, se não existissem dois grandes “poréns”: a falta de interesse (78%) e a falta de tempo (50%) dos brasileiros. Esses números mostram o quanto o Brasil ainda precisa caminhar em termos de leitura e até mesmo produção literária. Claro que isso não acontece do dia para a noite. É preciso plantar a sementinha da curiosidade e desmistificar o conceito de que leitura é para nerds.
Com o surgimento da Internet, fica cada vez mais difícil prender a atenção em algo tão inerte e linear quanto um livro comum. A vivacidade do livro só acontece quando nos permitimos ir além das palavras e do papel, e isto apenas ocorre com poucos. A última vez que vi um clube da leitura foi em um dos capítulos da série norte-americana Lost. Fora isso, as trocas literárias ficaram limitadas a conversas em sala de aula, desabafos com os amigos e ao Skoob, rede social específica sobre livros em geral.
Foi para tentar recuperar este gap tecnológico que as editoras criaram alternativas bem divertidas para tentar engajar os leitores, como blogs, fan pages e livros digitais (ou e-books). Porém, mesmo tendo criado essas novidades, 45% dos leitores no país nunca ouviram falar de livros digitais, por exemplo. Daqueles que leram e-books, 54% gostaram muito do contexto, sendo que 87% baixaram gratuitamente o conteúdo pela Internet. Os livros digitais podem ser uma grata alternativa para quem acha a leitura convencional chata. Os e-books, e não apenas os PDFs de livros, possuem maior interatividade e figuras em movimento (há aqueles que também têm filmes complementes), de modo a seguir os mesmos princípios de portais e blogs na Internet. E essa é uma excelente opção, principalmente em um país no qual a venda de tablets já superou a de computadores pessoais.
Nas próximas semanas, abordaremos alguns livros que valem a pena dar uma conferida, além de dicas sobre como aprender a ler com prazer. Até a próxima e boa leitura!
So, achei muito interessante a sua abordagem. Tento e tento muito, fazer com quê meus filhos leiam... e uma pelo menos consegui. Lembro que meu interesse veio do meu pai, que me deu a coleção completa do Monteiro Lobato e enfim... Acredito muito que essa cultura de falta, tem que ser resolvida a partir de cedo também, com a ajuda dos pais. Parabéns pelo post, simplesmente muito válido!
ResponderExcluirEu gosto muito de ler, porém, tenho algo em mim que chega a dar raiva: por trabalhar, cuidar de casa e do marido, me sinto culpada quando estou ociosa lendo. Contudo, torno esse meu gosto como algo para acalentar meu sono, já que sofro muito de insônia e a leitura de um bom livro colabora para o relaxamento mental. Até mesmo por isso que eu prefiro o bom livro do que os e-books - a iluminação de um notebook ou ipad deixa o cérebro ainda mais acelerado.
ResponderExcluirAcho que misturei uma coisa na outra, né? rs