Crianças e adolescentes são seres humanos em formação. Eles estão lapidando sua personalidade e adquirindo conhecimento todos os dias e em diferentes frentes. Nas últimas semanas falamos sobretudo sobre influências externas em suas vidas, como celebridades e Internet. No entanto, esquecemos que, muitas vezes, o problema está mais próximo do que imaginamos. Amigos e familiares, pais inclusive, estão entre os diversos modelos que eles podem usar para se inspirarem e, acreditem, muitas vezes são ícones piores do que os temas tratados anteriormente.
Sim, como os amigos de seu filho se comportam e como vocês, pais, agem dentro e fora de casa pode trazer tantos malefícios para as crianças e adolescentes quanto qualquer filme, jogo online ou cantor.
Com relação aos adultos, vejamos, por exemplo, o risco de uma droga lícita: o álcool. Antes de qualquer coisa, essa não é uma constatação puritana. A autora do artigo bebe e, sim, já consumiu bebidas alcoólicas na frente de crianças. No entanto, esse é justamente o problema: o álcool é visto como algo comum, normal e que não traz grandes consequências por grande parte da sociedade. E isso é um problema. A Inglaterra, por exemplo, teve neste ano uma série de crianças com idade média de sete anos que foram vítimas de intoxicação alcoólica (confira o artigo clicando aqui). Autoridades e especialistas tentam descobrir o que levou a esse surto, mas ainda não obtiveram respostas convincentes.
Percebe-se, portanto, que os perigos podem estar mais próximos do que pensamos. Assim, devemos, sempre que possível (afinal, nem sempre é possível apaziguar de maneira racional os ânimos), agir da melhor maneira possível perto de crianças e adolescentes, o que inclui evitar vícios como o consumo de cigarros e bebidas alcoólicas e também o uso de palavrões e brigas domésticas.
Se dentro de casa, temos que nos policiar, fora temos que policiar os outros. Os amigos dos filhos são os alvos nesse momento. Devemos, sim, saber quem são esses amigos, ter os telefones de seus pais (bem como das próprias crianças e adolescentes e, quando houver a possibilidade, promover encontros com entre as famílias para que todos se conheçam melhor. Isso cria um ambiente mais favorável para que tomemos as medidas certas em qualquer situação.
Devemos sempre nos lembrar do que coloquei no início do artigo: crianças e adolescentes são seres em formação e, como esponjas, estão no mundo para absorver o que encontram, seja com relação a bons exemplos, seja com relação a maus exemplos. Assim, não adianta bater de frente e usar aquelas famosas frases que você mesmo já deve ter ouvido quando passou por este período: “quer dizer que se o seu amiguinho se jogar de uma ponte, você vai se jogar também?”. Convenhamos, sabemos que isso irrita e muito. Dessa forma, a melhor alternativa é estabelecer limites de acordo com cada faixa etária (afinal, pais, filhos – infelizmente – crescem e precisamos lidar com isso) e, o mais importante, sempre dialogar. Isso porque, como a própria palavra indica, é uma via de mão dupla: cada um expõe o seu lado. Não se trata de impor ou convencer, e sim tentar ver a melhor maneira de resolver impasses. Mesmo porque, ninguém disse que educar filhos é fácil.
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