Este é o slogan da Disney e usei-o para retratar os seis primeiros meses de casamento. A tradução dele é: “deixe as memórias começarem”. E é neste clima que apresento este texto. Ao longo de pouco mais de um ano, dei dicas e contei experiências que tive durante a preparação do casório. Quando iniciei minhas atividades no blog, a intenção era, ao final do ciclo, contar o quão maravilhosa havia sido a experiência, como fiquei grata por tudo e que sinto falta dos preparativos. Não é bem por aí.
A verdade é que, apesar de todo o apoio do marido, da família, dos amigos, e de contar ainda com os serviços de uma assessoria, várias coisas deram errado. Vendo as fotos que separei, parece que tudo saiu perfeito, do jeito que eu queria, certo? Errado. Muitas coisas me fazem tremer de raiva até hoje, o que me deixou bastante frustrada. Não vou citar nomes das empresas porque foi bem traumatizante, mas se tem uma coisa da qual não sinto falta (ao contrário de muitas noivas) é dos preparativos do casamento e de alguns aspectos da festa. Espero sinceramente que possam aprender com os meus erros e que, mesmo com este depoimento, não deixem de acreditar neste sonho. Vou colocar meus problemas em ordem alfabética, ok?
Assessoria – eu não tinha tempo para ir atrás de muitas coisas do meu casamento, por isso contratei pelos serviços de uma assessoria; para que eles fossem atrás do que eu queria para o casório. Soube dessa assessoria quando fui assistir uma demonstração de som de uma banda que havia visto numa feira de noivas. Mencionei à secretária que estava procurando uma assessora e ela me disse que conhecia uma ótima. Entrei em contato e optei pelo contrato mais caro: aquele que assegura uma ajuda durante os preparativos ao longo do ano e a assessoria no dia do casamento. Optei por este caminho, mesmo sendo mais caro, porque queria ter confiança no serviço prestado. O que aconteceu foi que a primeira impressão foi péssima. A pessoa designada não retornava os e-mails quando precisava e nunca atendia meus telefonemas. Enfim, quase rescindi o contrato. Foi aí que outro funcionário veio atender a minha conta. Comecei a ter mais atenção, mas ainda encontrava dificuldades, principalmente porque a empresa que havia contratado era da capital paulista e a cartela de contato deles era toda de São Paulo. Como não moro na capital, queria que os contratos fossem feitos junto a empresas da região onde vivo. Resultado: fomos fechando as coisas com pessoas e empresas que estávamos conhecendo juntos pela primeira vez. Isso me deixou muito insegura. Assim, embora ao final já estivesse mais calma quanto a assessoria, chegar a este ponto demorou e me trouxe muita dor de cabeça.
Banda – Isso foi decepcionante. Não que a banda tocasse mal, mas eles tocaram só o que queriam. E pior: nada no contrato protegia os noivos contra isso. Algum tempo antes do casamento, já havia preparado uma lista com o que queria que fosse tocado. Enviei e, uma semana antes, eu e o meu marido fomos conferir o repertório e falar o que não queríamos que tocasse e o que fazíamos questão de ouvir. Na cerimônia, todas as músicas que escolhemos foram tocadas. Na dança dos noivos, idem. No entanto, algumas partes, como as músicas que tocariam entre no período entre a saída dos noivos e o seu retorno ao salão não foram nada do que pedimos. Quase 90% das músicas da festa foram escolhas da banda, não nossas. Claro que os convidados não perceberam, mas nós, que passamos semanas separando e preparando a lista de músicas que queríamos, percebemos na hora o que estava acontecendo. Optamos por fechar os olhos e aproveitar, só não posso dizer que saí satisfeita com o resultado. Hoje, por exemplo, pagaria por um DJ famoso, em vez de uma banda. Financeiramente, daria no mesmo.
Convites – A palavra é socorro. Utilizei a indicação de uma prima sobre este local. Realmente o preço era imbatível e eu não fazia questão de um convite mirabolante. Parecia, portanto, um presente dos céus. Na verdade, foi um presente de grego. Primeiro, logo nas provas, vários erros de Português no texto. Foram duas semanas até a aprovação final das palavras que iriam no convite. Depois, escolhemos um calígrafo para escrever os nomes dos convidados no envelope. Mesmo tendo enviado uma lista digitada com os nomes, ele teve a capacidade de escrever mais de 20 nomes errados. Acha pouco? Espere, a saga ainda não acabou. Muitos dos convites vieram com a impressão borrada, em outros era nítido que a tinta para impressão estava acabando (o que apresentava diferenças gritantes entre um convite e outro) e, o melhor de tudo, havíamos contratado 300 convites e eles só entregaram 240. Resultado, até consertarmos tudo e termos que pagar pela diferença(!), acabamos atrasando em quase um mês a entrega dos convites.
Dia da noiva – Como eu não queria sair decepcionada com o resultado, fui a um salão que era referência em dia da noiva da região. Amigas minhas haviam feito maquiagem e cabelo lá e me deram ótimas referências. Só que também tive dor de cabeça com relação a isso. Da minha parte, ou seja, da noiva, meus maiores problemas foram com relação à quantidade de pessoas atendidas no dia. Eram muitas noivas e madrinhas e enfrentei até fila de espera para usufruir dos serviços contratados. Sim, minha maquiagem e o meu penteado saíram perfeitos. Disso não posso me queixar, mas tive que tomar três calmantes (só lá) porque a sensação que eu tinha era que não ia dar tempo de ficar pronta. Optei por deixar minhas madrinhas bem à vontade para que cada uma se arrumasse onde achasse melhor. Só pedi o acompanhamento da minha mãe e da minha cunhada. E bem as duas tiveram problemas. O cabelo da minha mãe começou a desmanchar logo após a cerimônia religiosa. Minha cunhada odiou o penteado que fizeram nela e a maquiagem ficou tão ruim que ela preferiu lavar o rosto e se maquiar sozinha. Como disse no início deste item, tinha ótimas referências do local e não paguei barato. Porém, o retorno do investimento foi muito aquém do que esperava.
Vestido – Decepção é a palavra que fica. Fui por indicação a um estilista da Rua São Caetano, tradicional refúgio das noivas em São Paulo, para fechar meu vestido. Estava com a foto do modelo, então o estilista nem teve que pensar muito na hora de desenhar meu vestido. A primeira prova aconteceu dois meses depois de ter fechado o contrato e tirado as medidas. Era só o forro e não tive borboletas na barriga. Acho que era a minha intuição já dizendo o que viria. O primeiro dos problemas foi com relação ao horário de atendimento. Para começo de conversa, convenhamos que essas lojas de aluguel trabalham num horário esdrúxulo, atendendo das 9 às 17 hs, de segunda a sexta. Os sábados são apenas para fechamento de novos contratos. Isso por si só já é revoltante, pois temos que ficar negociando com chefes para podemos sair mais cedo ou entrarmos mais tarde para provarmos as roupas. Até aí, tudo bem. Pedia para descontarem das minhas férias, compensava horário, enfim, sambava para conseguir atender os horários reservados. O problema era que eu nunca era atendida no horário marcado. Às vezes, o atraso era de uma, duas horas e meia. Isso quando não teve vez que eles desmarcaram a prova uma hora antes de eu sair para ir para a loja. Detalhe: só soube disso porque eu liguei para confirmar a prova. Mas, óbvio que o problema não era só o atraso. Nas três provas seguintes não vi mudança alguma no vestido (o qual, inclusive, já estava pago). O estilista nunca esteve presente em nenhuma das provas e as preocupações foram surgindo. Estava estressada a tal ponto de o meu noivo se oferecer para vir comigo na loja para brigar. Eu era o pânico em pessoa e o pesadelo se concretizou. No dia marcado para buscar meu vestido, fui fazer a última prova. Quando o vesti, fiquei decepcionada. Várias coisas não ficaram do meu agrado. Coisas estas que teriam sido resolvidas se o vestido tivesse sido melhor acabado antes e se o estilista tivesse acompanhado todo o processo. Além disso, mais uma surpresa: nas anotações da loja, o meu casamento ia acontecer dali a uma semana. Ou seja, meu vestido não estava pronto a dois dias do casamento! Fiquei mais de duas horas na loja para eles fazerem às pressas os acertos finais. Resultado: os convidados elogiaram, minha mãe adorou, mas eu sabia que o vestido estava sujo, cheio de marcas de alfinete, amarrotado e longe, bem longe do que havia sonhado. Sem falar que, quando fui vesti-lo no dia do casamento, duas barbatanas caíram e tive que ficar suspendendo o tempo todo o tomara-que-caia na festa.
Claro que guardo mais recordações boas do que ruins da cerimônia e da festa. A cerimônia e a benção foram um sonho, meu marido era a minha visão de príncipe encantado (ele realmente estava lindo), o buffet foi sensacional, os fotógrafos e cinegrafistas nota 10, a decoração maravilhosa, o carro que me conduziu foi excelente. Mas tudo poderia ter sido muito melhor. Assim, ficam os seguintes conselhos:
- O barato sai caro. Essa máxima é extremamente verdadeira. Não adianta economizar em alguns aspectos. No fim, a dor de cabeça e o que será investido para sanar os problemas vai ser maior do que o que seria empregado em algo de qualidade.
- Confie nos seus instintos. Indicações dão mais segurança, mas o que serve para você pode não servir para outro e vice-versa. Veja se gosta dos serviços e só assim feche o contrato.
- Contrato é um outro aspecto a ser observado. A maior parte deles exige que você deixe tudo pago antes da cerimônia ou da festa, mas você pode e deve opinar no contrato. Cerque-se de bases legais e negocie. Está no seu direito de consumidor.
- Visite as empresas que serão contratadas no dia de uma festa ou de um atendimento. Na hora de fechar um contrato, todas as empresas são perfeitas. Só que na hora do “vamos ver” não é nada do que prometeram. Faça visitas de surpresa a estes locais e fornecedores.
- Marcação cerrada! Afinal, este é o seu sonho!
Fotos: Andre Machado
So, creio que até eu entrei na dança: indo pro teu casório, o nosso caso quebrou :/
ResponderExcluirMas aposto que apesar dos pesares, o brilho do amor do casal não deixou nada ofuscar esse grande dia <3