Lizzie Velasquez e Malala Yousafzai e o Impossível ato de duvidar.
Essa semana duas mulheres me surpreenderam. Uma por ser chacota nas redes sociais e outra, por ser muito nova e já estar na prateleira da livraria Saraiva no hall dos mais vendidos. Estou falando de duas pessoas e um fato: Lizzie Velasquez (a mulher mais feia do mundo) + Malala Yousafzai (a menina que levou um tiro na cabeça pelo regime Talibã) + O Impossível (Fato consumado para aqueles que acreditam na sua idônea capacidade de gerar possibilidades).
Lizzie Velasquez é americana, hoje em dia escritora, palestrante motivacional e graças ao amor e dedicação de seus pais, nunca foi a mulher mais feia do mundo. A realidade não distorce as coisas como elas são, mas as pessoas distorcem o que enxergam, ouvem, julgam... Lizzie se tornou famosa porque soube reagir à várias discriminações e ofensas. O que ela tem não é feiura, é uma síndrome que acomete apenas duas pessoas no mundo todo. Ela não consegue engordar, não passa dos 29 kg, e deve ter outras deficiências de praxe da doença, além da cegueira unilateral e que a faz enxergar o meio termo de tudo com muita ironia e humor também.
Mas o que todos esperam ser o seu fardo, é na verdade a força motriz que inspira escrever, seguir uma profissão e não se abater por opiniões diversas. E pensando assim, é que o insulto se torna uma crítica, que julgamentos se tornam frases de efeito moral e não devastadores, e que permite enxergar nessa pequena mulher que a sua presença de espírito é muito maior que qualquer posição que à coloquem.
Malala Yousafzai é patchum, paquistanesa, tem 16 anos e já concorreu a um prêmio Nobel da Paz, entre várias outras atitudes que define seus status de ativista, e que te faz ser alvo do Talibã. Claro que antes de tudo isso, ela como eu e você, como Lizzie, é alguém que tem sua cultura, suas obrigações civis, mas é surreal tentar entender porque uma garota luta, e luta mesmo, para que outras meninas de sua cultura tenham o direito a educação, e a simples liberdade de escolha.
É surreal para o nosso mundo Ocidental imaginar que mulheres desde seu nascimento, são privadas de vários direitos, ora porque sua cultura é adversa ou ora porque a religião é a única verdade enrustida na política, no socialismo, enfim, se para cada questão um ponto de referência for cotado, não teremos como mensurar o quanto estamos longe de comparações.
Não acho justo ficar relatando quem elas são, o que fazem, para cada uma há um link direcionado para estas informações... E um arsenal de material na internet para saber o óbvio. O que não está claro, é que mais de milhões de pessoas irão conhecer suas histórias, algumas irão se abalar, outras justificar o que vivem, seus destinos, creio que uma pequena porcentagem irá enxergar além dos números que as fazem "celebridade" e que vão tomá-las como exemplos para mover sua opinião de lugar converter a palavra impossível para outro nível e significado.
Acho mesmo que ver essas mulheres em ação, faz do impossível um fato e não cogitação, divagação, deficiência de possibilidades... Vê-las se expôr me encheu de ânimo, de coragem para dizer que se fosse destinada como elas, teria minha capacidade potencializada ao nível de mover montanhas.
É isso... O impossível tenta te fazer ajoelhar todos os dias diante da onipotência. Tudo o que parece impossível está diante de você para fazê-lo sucumbir ao ostracismo. Ou pior, fazê-lo achar que vivemos na dependência hostil da maioria.
Da próxima vez que pensar em desistir, insista em exemplos que te surpreendam e não por frases feitas de quem talvez nunca tenha lhe dado a devida importância. Conheça seus horizontes...
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