Quando chegou ao Brasil, “Cinquenta Tons de Cinza” foi recebido com um enorme fervor e logo se tornou um grade sucesso editorial, surpreendente até. O livro escrito pela autora até então iniciante E. L. James foi de inicio uma fanfic da mundialmente conhecida Saga Crepúsculo, devido a esse fato, são perceptíveis muitas características de Bella e Edward nos protagonistas do livro, que vão das inúmeras inseguranças de Bella apresentadas em Anastasia, e de toda a descrição perfeccionista de Christian Grey, bem ao modo com o qual Edward Cullen foi descrito por Stephenie Meyer.
A trama se inicia quando Anastasia, ou simplesmente Ana, faz um favor para sua melhor amiga, com quem divide apartamento, e vai até determinado escritório para a realização de uma entrevista com o jovem empresário Christian Grey. Logo de cara surge um interesse dela pelo bem sucedido rapaz, e depois de concluído seu trabalho, Anastasia já se contenta com o fato de que provavelmente nunca mais irá vê-lo.
Pouco tempo depois Christian aparece no atual local de trabalho de Anastasia, jogando logo a bomba de que está completamente interessado pela estudante, que está prestes a se formar na universidade. A princípio o interesse do Christian por Anastasia é totalmente sexual, o relacionamento de ambos seria regido por meio de um contrato que a obrigaria a ser submissa a ele, e um termo de confidencialidade que a proibiria de falar sobre tudo que viria a acontecer entre eles. No decorrer da história percebemos o quão emocionalmente dependente ele se torna dela. Grey é um homem atormentado por coisas que ocorreram em seu passado e possui uma necessidade explicita de controle. Ambos se desejam intensamente, mas todo o comportamento dominador e sadomasoquista de Christian é uma dificuldade a ser enfrentada entre os dois. O mais comentado sobre o livro, e o que rendeu tanta publicidade e reconhecimento, entre mulheres principalmente, é a questão de se tratar de um romance erótico. A trama é o início de uma trilogia, o primeiro volume se estende por mais de quatrocentas páginas e peca pelo excesso. A autora além de ser nova no meio, apresenta uma história clichê conseguindo deixá-la mais cansativa do que o necessário, mostrando um vocabulário fraco, e histórias bastante repetitivas, como as relações sexuais do casal, que seguem uma mesma fórmula, ocupam várias páginas com descrições já mencionadas anteriormente.
Amantes dos típicos romance água com açúcar irão conseguir acompanhar a série com um pouco de esforço, talvez até gostar. “Cinquenta Tons de Cinza” é o tipo de livro que não contribui em nada para a formação de caráter, e eu indico para uma leitura despretensiosa, para passar o tempo.
Já comecei a ler a sequência, mas digo de coração: nunca procrastinei tanto para ler um livro tão simples. O filme baseado no primeiro livro da série já foi gravado e está previsto para estrear no início de 2015, e assim como o livro, ainda não dá pra ter certeza se trata-se de um antes nunca do que tarde, ou vice-versa.
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