Sou jornalista, professora e tenho me especializado em mídias digitais. Até aí, nenhuma novidade. No entanto, esta semana vi mais uma pessoa rompendo de maneira desastrosa a linha do pessoal e do profissional nas redes sociais. Desta vez, não foi apenas um estudo de caso. Era um ex-aluno, do qual tinha (e ainda tenho) muito orgulho, e que se tornou meu amigo. O caso me deixou tão abalada que resolvi escrever este artigo, que mais está parecendo desabafo de “gente velha”, “que não sabe nada”, do que um alerta.
Vivemos hoje na Sociedade da Informação, conectada em rede, que produz e compartilha conhecimento. Esta facilidade em participar de tudo, de podermos dar nossa opinião sobre qualquer assunto, de expormos nossas vida a qualquer pessoa em qualquer parte do mundo, confere-nos um sentimento de onipotência, onipresença. É tanta liberdade, que ficamos perdidos, e, por vezes, esquecemos os limites do que é certo ou errado. Onde começa e onde termina a nossa vida pessoal e profissional. E perdemos nossos empregos. Ou até deixamos de conseguir uma vaga.
Duvida? Muitas empresas já estão utilizando as redes sociais ora para contratar funcionários, ora para investigar sua vida, e, a partir dessas informações, verificar se ele tem ou não o perfil que a organização deseja. Não deixa de ser uma certa invasão, já que muitas vezes o conteúdo dessas redes não condizem 100% com o que somos no nosso dia a dia. Só que não podemos ignorar o fato de que somos responsáveis pelo conteúdo que publicamos ou retransmitimos via Internet. Portanto, temos nossa parcela de culpa. Tendemos a deixar a nossa vida exposta na web, acessível a quem quiser ver e julgar. E essa é apenas uma parte.
Voltemos ao que me levou a escrever este artigo. Já vi muitos colegas perderem o emprego por conta de redes sociais. Exemplos não faltam. Dizem que estão doentes e postam fotos na praia. Usam palavrões e falam mal da organização em seus blogs, perfis de redes sociais, e acham que, só porque estão em suas contas pessoais, ninguém da empresa verá ou julgará. Fora aqueles que replicam a linguagem abreviada em documentos e e-mails interdepartamentais e acham que está tudo bem, que é comum. Adivinhem só: não, isso não é comum. Não, isso ainda não é totalmente aceitável. Em um mundo corporativo ideal, a liberdade de expressão e a liberdade poética seriam permitidos, mas ainda vivemos em um mundo politicamente correto em que as aparências valem mais do que necessariamente o que somos de verdade. E, por isso, devemos nos precaver.
A linguagem da Internet e a falsa liberdade que ela nos dá nos levam a armadilhas que muitas vezes fazem com que percamos nossos empregos. Não, não acho de devemos nos calar. Mas podemos, por exemplo, evitar xingar nossos seguidores no Twitter, ou evitar bater-boca com outras pessoas, principalmente no ambiente online e quando falamos em nome da empresa. Não é fácil separar a vida pessoal e profissional, principalmente quando a Internet proporcionou a quebra de barreiras, e os novos dispositivos tecnológicos impulsionaram a já possível mobilidade das últimas décadas. Ainda assim, temos que ter cuidado e nos precavermos para não nos perdermos nesta liberdade vigiada.
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