O dia que eu me apaixonei por Parenthood


Há alguns meses minha mãe comentou comigo que estava assistindo uma série que ela tinha amado na GNT, e as vezes, pra agradar a veínha, acabo conhecendo coisas novas que ela gosta, o que acaba aproximando mais a gente. E não é que eu tive o mesmo sentimento que ela?
Parenthood não é uma série que costuma abranger um público grande, mas o pouco que atinge torna-se fiel (tanto é que a GNT já parou de transmitir e tivemos que baixar na internet). E a história está longe de ser essas que todo mundo anda curtindo atualmente, como Game of Thrones, Breaking Bad etc. Trata-se de um cotidiano normal de uma família americana, os Bravermans, formada por pais, avós, netos e agregados, e que acabam sempre se unindo de forma indireta para superar certos problemas habituais, aqueles que todo mundo tem. A ficção baseada na vida real.


Os patriarcas são Zeek e Camille, um casal aposentado, que mesmo após muito anos juntos, sofrem pela pior crise de seu relacionamento. Zeek é um senhor durão de guerra - passou 3 anos de sua vida lutando na Guerra do Vietnã - teimoso e que já cometeu alguns erros no passado. Camille, a esposa, sempre muito passiva e companheira, começa a se incomodar com a submissão que se submeteu ao longo dos anos. Ambos criaram quatro filhos, os quais dividem os plots da série em situações isoladas:

Adam, o mais velho


Pai de 2 filhos (depois surge a terceira): Haddie, uma adolescente que ele adora prender, sufocar, etc, e uma criança que sofre da Síndrome de Asperger, Max. Kristina é sua esposa dedicada e companheira, e juntos tentam domar a revolta da filha (pelo motivo citado acima) e a doença do mais novo e a criação da baby Nora.
Adam, talvez por ser o mais velho, acaba sempre sendo aquele que todos os irmãos recorrem quando a dor de barriga aperta, o que provavelmente seja o motivo dele querer ter o controle de tudo, resolver todos os problemas e impedir que todo mundo sofra.

Sarah, a mais perdida


Sarah Braverman começa a série saindo da casa do seu marido viciado, carregando seus filhos Amber (a mais velha e mais revoltada) e Drew (o mais pé no saco). Como não tem um puto no bolso, acaba indo pra casa de seus pais, pra tentar reconstruir a sua vida. Extremamente preocupada com a rotina dos filhos, acaba sufocando-os quando os enche de perguntas sempre e sobre tudo.
A personagem demonstra ser completamente instável quando se trata de sentimentos: se envolve com o ex marido enquanto namora o professor dos filhos, namora dois chefes. Além do mais, Sarah não pára em emprego nenhum: trabalha num bar, depois escreve uma peça, em seguida vira designer na empresa que o Adam trabalha, se envolve com fotografia, etc.
Falando sobre seus filhos... senhor... quanta paciência com eles. Amber é super extremista, e por essas e outras não perdoa o pai de jeito nenhum, nem quando ele tenta reconstruir sua vida. Drew se revolta com qualquer relacionamento que sua mãe se enfia, e ambos adoram dar bronca na mãe, mas odeiam receber broncas. Aborrecentes.

Crosby, o porra louca


O personagem que eu mais gosto. Não por ele ser porra louca, mas por ele ter sempre uma maneira cativante de sair pela tangente das situações. Crosby é músico, trabalha em um estúdio, mora em um barco e fica sabendo que é pai de um menino de 5 anos nos minutos finais do segundo tempo. Com o tempo, ele vai largando mão da liberdade pela qual ele sente tanto orgulho pra ser o pai de família mais fofo da série. Jasmine, mãe do seu filho, Jabbar, é bailarina e passou todos esses anos mentindo para a sua família que Crosby não queria assumir a paternidade, quando na verdade, era ela que tinha receio de procurar por ele. Mas no final das contas, tudo acaba bem e Jabbar cativa o pai de forma absurda (e a nós também).

Julia, a caçula workaholic


A caçula Braverman é aquela que veste as calças do relacionamento: trabalha igual uma louca no escritório de advocacia enquanto o marido, Joel, é o pai fofo que se dedica 100% na criação da filha, Sidney (a criança mais chata que vi na vida). Ele lava, passa, leva e busca a filha na escola, participa das atividades escolares da menina, ajuda nos deveres de casa e ainda é cheio de amor pela esposa. Por ficar mais tempo em casa, é ele que ajuda todos os Bravermans a consertar isso ou aquilo. Já Julia se doa tanto ao trabalho que as vezes acaba pecando com a filha, que a mima demais (talvez pra tampar a sua ausência em casa).
E por falar na filha, Sidney além de mimada é super dotada. Peço à Deus todas as noites que não me dê uma filha tão geniosa quanto essa menina, pois já vi crianças da vida real sendo tão insuportáveis quanto ela. A personalidade dela só começa a dar uma melhorada quando ganha um novo irmão, o Victor (não vou dar muito spoiler aqui), mas mesmo assim ela ainda continua sendo a criança mais chata do mundo.

No decorrer das temporadas (a quinta acabou de acabar nos Estados Unidos), muita coisa acontece, muita gente se separa, muita gente briga, muita gente se resolve e é por isso que adorei assistir cada episódio com a minha mãe: porque tem muita situação que a gente se identifica, se revolta, se envolve sentimentalmente e até se esquece que ali é tudo fruto dos roteiristas, e não da vida real. E é tão gostoso acompanhar o crescimento de cada ator junto com o seu personagem! Assim como Grey's Anatomy, é o tipo de série que você precisa assistir com a caixa de lenços do lado. 
Infelizmente a NBC, canal que produz a série, ainda não anunciou se haverá ou não a sexta temporada de Parenthood. Tô aqui na torcida pra que eu continue tendo bons momentos assim ao lado da minha veínha :)

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