Hoje, agora pouco, sentei para escrever mais um, de duzentos e não sei quantos posts que já escrevi por aí. Como de costume, esperei a casa ficar em silêncio e desliguei os botões dos afazeres, para me concentrar na arte de escrever. Arte? De repente veio o questionamento... - Que arte? Se o que você escrevesse fosse arte, choveria mais comentários em seu post do que chove em um dia inteiro na lendária terra da garoa.
Não retruquei porque afinal de contas, quem nunca ouviu a própria consciência contradizer? Na cabeça de um Jornalista por exemplo, ter a consciência crítica ou cri cri, deve ser como a segunda voz obrigatória de um coro... Mas okay. Tentei novamente, com um pouco mais de esforço, me sobressair com alguma ideia mais útil do que reflexiva.
Ideia útil tem outro nome gata... Quando a gente repete pela enésima vez algo que deu certo e continua dando muito certo, dizemos que isso é uma dica.
Começo a me incomodar com tanta argumentação da estúpida consciência, e vou pelo caminho mais fácil. Talvez escrever sobre filmes, shows, mini séries, dê mais ibope, likes, compartilhamentos e leituras. - Sejamos francos? quer gastar mesmo tempo propagando mais uma notícia efêmera, como mais de um terço de "escritores" a essa altura já fizeram?
Eu não sou Anne Frank cara consciência. Como escrever algo que por si só seja uma façanha? Pensa que é fácil ler e reler notícias, correr atrás de tantas opiniões para formular um argumento, contudo, sem menosprezar a linguagem prática, corriqueira e curiosa, para fazer pares de olhos se interessarem? Eu não vou pagar ninguém para que me garanta estatísticas de leitura, também não vou mendigar atenção, com e-mails de modista pedinte. Me recuso a ser prosaica.
Ha ha ha ha! - Essa foi boa... Vou partir para os números, como fez Machado de Assis em sua crônica - Analfabetismo - para provar que, como no mundo da política, os números convencem qualquer ideologia. Você não quer ser prosaica, mas primeiro me responda, quem? de 10 leitores por exemplo, sabe o que ser prosaica significa?
Num súbito de desistência, percebo que nada é mais cruel para quem quer convencer pessoas, do que duvidar da própria articulação com as palavras e o que o conjunto delas querem dizer quando você tenta colocar uma ideia no meio. Nada é mais tedioso, do que saber que você estará escrevendo para olhos que cobiçam a preguiça de ler. Pior ainda é constatar com números e não palavras, que cada vez mais, as pessoas fazem da cultura, um cabideiro de costumes. Ora é a cultura emergente que dita regras de comportamento, outra hora, é a cultura partidária que divide uma questão, depois vem a cultura de última hora e muda tudo. Que raios de cultura é essa que não define um propósito a favor de ideias que não sejam sensacionalistas?
- Você está divagando. Esqueça o que é cultura. Pessoas gostam de falar do que está em foco, evidência, ou do que está no miolo do sucesso. Mentes pensantes estão descansando suas conjecturas sobre livros e não blogs. Acorda criatura... cativar um par de olhos não é mais tão ingênuo como o pequeno príncipe faria.
Por acaso é feio falar difícil? Por outro acaso é um crime gostar de usar metáforas? Será que está fora de moda escrever o que se pensa mesmo sem alguém ter perguntado sobre? Será que independente do que se exponha como informação, é tão banal assim falar a respeito? Por acaso inclusive, será que vai cair o dedo se alguém comentar o que achou, de algo que leu? Será que estes pares de olhos ignoram mais a própria opinião do que a opinião pública? Ou será que só quem tem fama de foda sabe escrever coisas inteligentes ao quadrado, para merecer saber o que você pensa?
- Quer saber, eu não vou dizer mais nada. Você com essa mania de ser blogueira está ficando insuportável. Vou começar a exigir regime parlamentar de pensamento, assim, só eu vou dedicidir o que vou dizer e pronto. Eu como consciência, pareço ter mais senso de realidade do que você!
Quer saber também... Não vou me preocupar se alguém irá ler o que pressuponho a escrever. Não me interessa mais saber se apenas ler foi o suficiente para saber o que queriam. Vou continuar a fazer das minhas ideias uma pauta de leitura. E quem quiser achar que isso sirva de reflexão, dica, pensamento ou algo interessante, que o faça. Meu dedo não vai cair mesmo de tanto escrever... - Ah, mas o dedo de quem não comenta ou curte, vai cair com a praga de blogueira, não vai não?
Cala a boca consciência encrenqueira!
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