#projeto24 - o conceito

 


Há quem ache que comprar um imóvel é um péssimo investimento, há quem acredite que ter um imóvel é fundamental - eu faço parte do time do "depende". Depende do projeto de vida que você deseja traçar, depende que tipo de investimento você faz para poder se aposentar... tudo depende do que você almeja de fato para a sua vida; não há uma regra básica. 

Aqui em casa sempre tivemos em mente que gostaríamos de ter um canto próprio, para que na nossa velhice não precisássemos nos preocupar com aluguel enquanto aposentados, mas também tínhamos em mente que seria um investimento alto, de longa data, e que nos exigiria muito esforço (o que inclui abrir mão de muita coisa). Por isso que não tivemos pressa de comprar nada: fizemos quando deu e do jeito que queríamos - não o que dava para comprar.

E isso inclui, inclusive, uma bela reforma. Sim, somos chatos, e queríamos que tudo fosse do nosso jeitinho, desde o piso até as cores das paredes. Optamos por pegar um imóvel recém lançado, uma tela em branco, para que pudéssemos lapida-lo do jeito que imaginamos desde muito antes de comprá-lo. E mesmo que depois de 6 meses do início disso tudo, mostrarei por aqui essas etapas estressantes, porém recompensadoras, da obra do #projeto24


O conceito


Quando você vive muitos anos com uma pessoa e planeja algo em comum com ela, é normal ter já tudo listado na cabeça determinadas coisas que serão colocadas em prática. Eu e o Henrique sempre amamos o conceito industrial, porém queríamos fugir um pouco do que acabou se tornando padrão dentro deste design ao longo dos anos. Deve ser por isso que dentro deste contexto, no #projeto24 você também encontrará um toque vintage aqui e ali, e uma salpicada leve, mas bem leve mesmo, de art nouveau. 

Mas falando ainda do design industrial, um dos fatores primordiais para as nossas escolhas foram as inspirações que conhecemos ao visitar Nova York, em 2019 - o berço deste tipo de decoração. E para a escolha de materiais, o Pinterest e vídeos no Youtube de lofts novaiorquinos contribuíram bastante também:


Os revestimentos foram escolhidos a dedo, porém o maior desafio foi encontrá-los a pronta entrega durante a pandemia. 

(de cima para baixo):
- hexagonal cimento queimado, da Portobello
- Paris Blanche, da Portobello
- Borda arredondada Athens preto


Do lado esquerdo você tem o resultado do nosso lavabo - do lado direito, a inspiração: o banheiro do hotel Moxy, em Nova York.

- hexagonal Atlas (placas de 30x30)
- placas de azulejo branco 30x30 com 9 quadrados





Já no banheiro fizemos uma adaptação que hoje jogo as mãos para os céus como forma de gratidão: tínhamos escolhido um piso hidráulico estampado maravilhoso, porém, acredito que com o tempo acabaríamos enjoando dele. Por sorte o material estava caríssimo e mudamos para o hexagonal cinza queimado, mostrado no detalhe em uma das fotos anteriores.

Para fechar com chave de ouro, a escolha das ferragens foi uma só: tudo precisava ser preto fosco, incluindo o box, que contou com roldanas aparentes - um charme.

Outro fator que quisemos fazer diferente também foram as transições entre um piso e outro: temos vinílico nos dormitórios e não queríamos a tradicional transição imitando madeira. Trocamos essa ideia pelo granito cinza no banheiro e filetes de metal nos quartos e lavabo, da Ikria:




E falando sobre adaptações, outra mudança por conta do prazo de entrega que resultou em uma satisfação muito mais plena foi a troca do tijolinho natural da parede da sala para o Brick, da Portobello. Queríamos que a parede fosse no tijolo MESMO, mas com um prazo fixado para mudança, obras precisando acabar em tempo recorde, o brick estava a pronta entrega e agradecemos aos deuses por essa intervenção. Olha o resultado como ficou DE TIRAR O FÔLEGO:




As cores e iluminação

Uma coisa que tínhamos em mente era que a nossa casa precisava ser, acima de tudo, confortável. Gostamos de receber pessoas, e queríamos que elas se sentissem confortáveis e acolhidas em casa. Passamos muito tempo dentro do apartamento, inclusive trabalhando, e queríamos que esses momentos fossem agradáveis. Para isso, não tivemos medo de ousar nas cores, e investir em iluminação amarela em toda casa (em toda casa MESMO).

Aliás, falando em cores, uma das escolhas mais ousadas deste apartamento, que muita gente tentou me desencorajar por fugir do padrão, mas eu resisti e perseverei (hahahah) foi a setorização de uma cor escura para a sala. Ouvi muito o "mas é uma cor escura em um apartamento pequeno", e também o "mas você vai pintar o teto???????", mas acredite - eu sabia o que estava fazendo. Usar cor escura em um apartamento pequeno não é errado, desde que ele seja usado com consciência. Pintar uma parte do teto, paredes e portas tudo da mesma cor ofereceu um efeito de profundidade para o espaço que eu desejava setorizar como biblioteca dentro de tanto espaço integrado (varanda, sala e cozinha), e acabou fazendo o apartamento parecer ainda maior.




- Tinta verde Doce de Mãmão, da Suvinil
- Todos os móveis modulares são da Tok&Stok
- Todos os móveis planejados são da D'Furlan


- Luminária de parede Yamamura
- Pendende 5 lâmpadas Tok&Stok
- Os trilhos não aparecem nas fotos, mas são do Mercado Livre



Por fim, o que você mais encontrará no #projeto24 são referências do que nos move: cinema e música. Temos quadros e neon do Pearl Jam, nossa banda favorita (me arrisco a dizer que foi o que nos uniu também), nossa iluminação é praticamente toda projetada como um estúdio mesmo (do banheiro a sala, temos trilhos, canhão de luz, luminária lunar e até cadeira de diretor), e muito, muito de nossa história espalhada por todos os cômodos - mas isso ficará para um próximo post.

Minha dica para você que tem um projeto ousado em mente, mas tem medo de sair do padrão é: sua casa tem que ter sua identidade, suas inspirações, representar a sua personalidade. Deixe que isso aflore no seu estilo de decoração, na sua obra. Sua casa tem que funcionar para você e sua família, e não para quem nem viverá dentro dela. Tem que ter o que você mais gosta, te transmitir sensações que você almeja, e isso talvez você não encontrará em revista nenhuma. O importante é você dar ouvidos aos seus próprios gostos.

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Ao reproduzir este conteúdo e imagens, por favor, inclua os devidos créditos à Sheila Almendros, do PhD.

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