Compre na Amazon clicando aqui.
"Quando eu era criança (...) sempre tinha a sensação de estar me equilibrando na beira de alguma coisa. Como se tudo fosse muito... frágil e pudesse desmoronar a qualquer instante."
Uma das coisas que mais amo na Emily Henry é essa facilidade imensa que ela tem de construir personagens imperfeitos, tão reais que é impossível não se identificar. E com “Lugar Feliz” não foi nada diferente. Para vocês terem uma ideia, vou escrever um trecho (um pouco longo) deste livro para você:
"- As vezes, quando as coisas dão errado, é fácil culpar outra pessoa. Porque isso torna tudo mais simples, tira a responsabilidade de suas mãos. E não sei se seus pais fizeram isso com você e com sua irmã ou se em algum momento você assumiu essa culpa, mas não é culpa sua. Nada disso. Os seus pais são responsáveis pelas decisões que tomaram, e não estou dizendo que a situação deles foi fácil ou que eles não fizeram o melhor que podiam. Mas não foi o bastante. Se você chegou a pensar assim, se chegou a ponto de se perguntar se eles se arrependeram de ter você, então eles não fizeram o bastante.
Mas ele não entende. Eles fizeram TUDO. (...) Meus pais não são de verbalizar o que sentem, mas se sacrificaram muito. Isso é amor e eu odeio querer mais deles. Odeio não conseguir simplesmente me sentir grata por tudo o que me deram, porque estou ciente o tempo todo do que isso custou aos dois."
A autora também sabe construir uma boa narrativa sem parecer maçante. Como exemplo, cito o fato dela saber introduzir acontecimentos que justificam atos sem ter a necessidade de incluir isso na história de maneira cronológica- ela sabe como incluir uma lembrança do personagem como ninguém para que entendamos suas motivações, de uma maneira leve e divertida (duas das características principais de sua escrita).
Em “Lugar Feliz” temos um grupo de amigos que passou grande parte de sua juventude juntos, durante o período universitário. E assim como a vida real, esses personagens fictícios passaram a ter vidas separadas em busca de suas novas experiências profissionais. Quando a casa de verão onde eles sempre se encontravam é colocada à venda, o grupo combina de se encontrar pela última vez neste lugar feliz, para fechar este ciclo com chave de ouro. Mas por conta das intempéries da vida, eles percebem que cada um ali tomou um rumo que todos os outros acabaram não acompanhando, e o que parece uma mágoa inicial se transforma na compreensão de que isso seria inevitável algum dia - faz parte da vida adulta.
Claro que sintetizei bastante a proposta do livro em uma breve sinopse, mas este pano de fundo que Emily Henry criou para construir a história de Harry e Wyn foi supreendentemente incrível. O casal principal da história são os responsáveis por nos trazer a maior identificação do livro: duas pessoas distintas que cruzam seus caminhos e fazem de tudo para não descruza-los nunca mais. Essa diferença de personalidades gritante também ocasiona um enorme ruído no casal: Wyn cresceu como o garoto bonzinho, mas que esconde uma enorme insegurança com suas escolhas de vida, Harry que se habituou a fazer escolhas para buscar a aprovação dos pais. Os erros de ambos nos trazem um precioso ensinamento: a boa comunicação é necessária para qualquer tipo de relacionamento dar certo.
E quanto ao nome do livro: o lugar feliz por muito tempo pode ser um refúgio que não tem nada a ver com o seu lar, e talvez seja aí que mora o problema. Nos damos conta que tudo vale a pena no fim do dia, nos tornamos aquilo que sempre buscamos, quando aquele lugar para onde voltamos diariamente após um longo dia é o que você pode chamar de "Lugar Feliz". Nosso porto seguro.
Este, sem dúvidas, se tornou meu livro preferido da autora.
Sinopse da editora:
Harriet e Wyn são o casal dos sonhos desde a faculdade — eles sempre foram perfeitos juntos, como sal e pimenta, mel e chá, queijo e goiabada. Só que agora — por razões sobre as quais não conversam — eles não combinam mais.
Faz cinco meses que Harriet e Wyn terminaram, e ainda não contaram aos seus melhores amigos.
Assim, continuam dividindo o maior quarto da casa no Maine onde sua turma de amigos passa férias há uma década. Todo ano, por uma semana vibrante e colorida, eles dão uma pausa na rotina e vão beber vinho, se empanturrar de queijo e frutos do mar e curtir a praia com as suas pessoas favoritas.
Só que este ano Harriet e Wyn estão mentindo na cara dura enquanto tentam disfarçar que ainda se querem desesperadamente. Porque a casa no Maine está à venda, e esta é a última semana que os amigos terão para ficar juntos no paraíso. Harriet e Wyn não querem estragar as férias, então fingem que está tudo bem. Ela vai continuar sendo a médica-residente motivada que jamais começa uma briga, e ele, o cara charmoso e descontraído que nunca deixa transparecer os problemas.
É um plano infalível — se você olhar bem de longe e com óculos de sol com manchas de protetor solar nas lentes. Depois de anos apaixonados, não deve ser tão difícil fingir por apenas uma semana, na frente das pessoas que conhecem os dois como ninguém… certo?
Outros livros da autora e suas respectivas resenhas:
Postar um comentário