Se a primeira temporada de The Bear lhe tirou o fôlego como aconteceu comigo, certamente a segunda temporada te causará o mesmo. Isso porque neste novo capítulo da série a história permanece caótica, mas em um ritmo completamente diferente do anterior - se antes víamos como era alucinante o ritmo de uma cozinha, em episódios altamente acelerados por diálogos conflitantes, panelas caindo e paredes pegando fogo, aqui o caos surge na lerdeza de uma obra. E quem já viveu uma reforma sabe muito bem do que estou falando.
A cada dia que passa e algo importante não é resolvido, aquele prazo que já era curto por natureza, se torna um verdadeiro martírio dentro da cabeça de alguém que tem dia e hora para inaugurar algo que está sendo reformado. E é isso que presenciamos quando grande parte deste elenco está transferindo os planos de Carmy do papel para a prática.
Toda essa reforma acontece quando as portas do The Beef são fechadas permanentemente para dar lugar ao The Bear - e cada dia de porta fechada, é dinheiro que não entra. [SE VOCÊ NÃO ASSISTIU A PRIMEIRA TEMPORADA AINDA, PARE DE LER O TEXTO AQUI E VÁ JÁ ASSISTIR]. Mesmo que aquelas latinhas abençoadas tenham sido encontradas no final do último episódio da primeira temporada, o tanto de dívidas que Mike deixou não foram suficientes para cobrir as despesas dessa obra, portanto, o prazo é curto, assim como os braços de muitos prestadores de serviço que estão envolvidos na obra do restaurante.
E enquanto a obra acontece (ou não), vamos sendo apresentados a uma versão dos personagens daquela bolha que não tínhamos visto anteriormente. Cada um parte em uma jornada profissional, que também se torna pessoal, que traz um toque especial à série, pois é quando nos identificamos com cada um deles, de alguma maneira. Se não há identificação, ao menos rola uma empatia. Acredite, você vai gostar mais até do primo depois que terminar os 10 episódios.
Os diálogos ainda continuam enriquecedores. E não se assuste se eles forem executados no meio de uma gritaria, panela batendo, alarme soando e marretada torando. Faz parte do caos de The Bear - e se não tivesse isso, você estranharia. Aliás, se você parar para reparar na palavra BEAR, entenderá que há aí um trocadilho que pode muito bem representar o que é a série, já que a tradução de SUPORTAR é "bear" também. Percebe a conexão?
Falando em suportar... embora muita gente tenha eleito o sétimo episódio como o mais legal, em minha humilde opinião foi o sexto o our concour - o único com uma hora de duração. Nele acompanharemos um Natal no lar Bear e conheceremos toda a raiz do problema dentro da cabeça de Carmy - e da Sugar também. É aqui que também entenderemos mais do universo do Michael, quando ainda era vivo. É um episódio que passamos a entender realmente até onde o ser humano pode SUPORTAR determinadas coisas.
A trilha sonora está tão caprichada como a da primeira temporada. Corta para essa pessoa que vos fala se deliciando ouvindo Animal de Pearl Jam interinha durante o último episódio. O setlist ainda conta com músicas de David Byrne, Pretenders, REM, Pixies, ACDC, Otis Redding, entre outros clássicos que você pode ouvir a seguir:
A segunda temporada de The Bear conta com participações super especiais que não vou contar para não estragar a surpresa, e já está disponível na Star +
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