Susan não quer saber de amor, de Sarah Haywood



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Sinopse da editora:


Reflexões sobre maternidade e tentativas frustradas de controle são tema desse romance de estreia que já tem adaptação confirmada pela Netflix, com Reese Witherspoon no papel principal

Susan passou boa parte da vida tentando se manter afastada das confusões que os sentimentos podem causar. Advogada por formação, optou por evitar o incômodo de lidar com os problemas dos outros e trabalha como analista de dados em Londres. Seu pequeno apartamento lhe parece ideal, pois atende a suas necessidades. E até mesmo sua vida amorosa, se é que se pode chamar assim, é cuidadosamente coreografada: em vez de namorar, ela mantém há anos um relacionamento sem qualquer envolvimento emocional, mas que lhe garante companhia e intimidade pelo menos uma vez por semana.

Quando a mãe de Susan morre e ela descobre que está grávida sem nunca ter cogitado a maternidade, o pior acontece. Susan começa a perder o controle.

Para desequilibrar de vez a equação, o testamento diz que a casa da família deve ser de seu irmão irresponsável, e, certa de que a mãe foi manipulada, ela decide levar o caso à justiça. No entanto, conforme o mundo organizado de Susan vai se desfazendo, um aliado improvável lhe mostra que, para abraçar essa nova vida, talvez seja preciso relaxar um pouco.

Ao mesmo tempo uma lufada de ar fresco e um abraço bem apertado, a obra de estreia de Sarah Haywood presenteia o leitor com uma personagem inesquecível, tão irritante quanto carismática. Com graça e leveza, Susan não quer saber do amor explora o eterno dilema: vale tentar controlar tudo mesmo sabendo que vai falhar?




Esse livro tem tantas nuances que fica até difícil começar essa resenha. Mas talvez eu deva tentar dar início à ela na ordem cronológica de sentimentos que ele me trouxe no decorrer da leitura. 

A principio achei o livro extremamente chato. A protagonista (que também é a narradora da história) tem um total de 0 carisma, super caxias, repete a frase “no entanto” umas 700x em cada capitulo, e comecei acreditando que se ele fosse narrado em 3ª pessoa, a leitura até seria mais prazeirosa. Mas acho que foi exatamente este incômodo que a autora do livro quis nos transmitir (e me desculpe se você se identificou com a protagonista em algum momento, mas sim, ela é extremamente chata, sem nenhuma motivação justa). 

Na medida que a história se arrasta para a mesma (e única) problemática, fui criando uma antipatia ainda maior por Susan. Seu vício por controlar até as decisões dos outros me fizeram duvidar até de seu estado psíquico. E por mais dificuldades que foram apresentadas durante a sua infância e adolescência, principalmente com o irmão, eram injustificáveis. Mas quando cheguei ao final da história, não parecia que todas as explicações dadas para o seu comportamento tivessem mudado algo em mim - na verdade, acabei me acostumando com Susan, e fiquei feliz por ela ter visto, mesmo que tardiamente na história, uma nova perspectiva da vida. 

A ideia da autora de criar uma personagem nada carismática é, sem dúvidas, o ponto chave dessa obra. E por tratar de diversos temas de maneira menos focada como pano de fundo, como luto, maternidade, personalidade controladora, entre outros fatores, é que percebemos que as vezes uma pessoa foca tanto em um determinado problema, muitas vezes criado por ela mesma, que se esquece de cuidar do que de fato precisa de mais atenção.

Por fim, Susan não quer saber de amor não foi uma história criada para ser agradável. Não é uma leitura para você relaxar. A ideia é que você realmente sinta a autopressão criada por Susan em sua vida tão enfadonha. É uma maneira de te fazer avaliar se existe alguma daquelas características em você, e fazer você pensar em algo do tipo “opa, eu não quero ser assim”. 

Acredito que Susan está aí para nos mostrar de maneira contrária que não precisamos transformar a vida em algo tão mais penoso - mais penosa do que ela já é.



Sobre a edição Clube Intrísecos


Uma pena que o Clube Intrísecos tenha acabado há mais de um ano, e que, infelizmente, soube da existência dele somente quando encontrei os livros remanescentes para vender na Amazon. Os relançamentos da editora Intríseca nesses especiais contam com capa dura, e cada uma delas tem uma cor diferente para que no fim, a sua coleção pareça um arco-íris na estante. Em cada caixinha, além do livro, também recebemos alguns mimos (neste de Susan veio um jogo de Torre), além de uma revista que aprofunda bastante não só a história do livro, como também a motivação de cada autor por escrevê-lo, e alguns artigos envolvendo as temáticas da trama (neste de Susan tem um artigo sobre plantaterapia, relacionamentos líquidos, sugestões de livros que abordam conflitos familiares e uma crônica sobre maternidade).

Na torcida para que a editora repense uma nova leva de caixinhas como esta.

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