"O que nunca aprendemos foi que às vezes as ideias racistas e antissemitas eram despertadas pelas próprias pessoas com quem você convivia."
Vi uma única resenha sobre este livro que dizia que era uma mistura de Quase Famosos com Daisy Jones & The Six - comparações que foram mais do que suficientes para me convencer a embarcar na leitura. E quem busca uma narrativa leve e bem humorada deve fazer o mesmo - em Mary Jane, a gente se depara com uma história contada em primeira pessoa, narrada por uma adolescente de 14 anos que descobre um mundo completamente diferente do seu, e fica fascinada por isso.
"Sentir alguma coisa era se sentir vivo. E se sentir vivo estava começando a se parecer com amor".
O que vale mencionar aqui é que há livros com diferentes objetivos quando são escritos: alguns focam em construir uma boa história, outros pretendem focar em sentimentos e sensações diante de um ou mais acontecimentos. Em Mary Jane a autora opta pelo caminho número 2 - não temos uma história sensacional, mas temos de bandeja como Mary Jane se sente ao descobrir que há uma vida completamente divertida e libertadora fora dos muros imaginários criados por sua família conservadora. E todas as dúvidas genuínas de uma adolescente são exploradas pela autora durante a história, sem transformar Mary Jane em uma pudica completa (os melhores momentos são quando a garota começa a se questionar se é uma viciada em sexo, sendo virgem!).
"Parte de estar vivo é descobrir o equilíbrio entre que você quer, o que você precisa e o que você tem; e o que você não quer, não precisa e não tem."
Confesso que nos momentos em que os personagens começavam a interagir cantando ou inventando músicas eu meio que fiz uma leitura dinâmica (tive 0 paciência mesmo, me desculpem), mas nada que tirasse estrelinhas do livro: Mary Jane é uma ótima leitura entre um livro pesado e outro, que nos transporta para os anos 1970 de uma maneira deliciosa, e também nos traz um saudosimo precioso de nossa própria juventude.
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