Não inventa, Mariana, de Mariana Becker

 


"Tudo começou numa viagem pelo interior do Japão. 
Eu, encantada, escrevia pra casa para dar notícias e passei a escrever também a uma amiga que morava em Tóquio. Achando graça do meu entusiasmo, ela dividia os textos com seus familiares para rir um pouco da paixonite aguda desta valquíria gaúcha pelos delicados e sutis japoneses. A viagem acabou, mas a família dela, – meio japonesa, meio brasileira –, continuou a pedir mais. E assim fui contando mais de tudo o que ia me despertando paixões pela vida. 
Inventei de fazer longas peregrinações sozinha pelo Oriente; de encarar uma cavalgada no Marrocos com mais duas mulheres; de me enfiar na F1 até rasgar os fundilhos das calças; de experimentar massagens por onde andasse; de não ter limites entre os bichos e eu; de guardar em mim o cheiro, o barulho e o sol na minha pele de criança… e fui inventando moda por mais que meus pais me pedissem: não inventa, Mariana! 
Mas eu invento, e eles gostam."
Sinopse da editora


Eu, particularmente, tenho esse prazer. O de me misturar, experimentar o que não é meu. Em todos os lugares por onde ando, tento deixar o novo mundo entrar. Os novos valores, novos hábitos, novos ritmos.

Um autor, quando escreve um livro, tem em suas mãos diferentes formas de nos apresentar a sua narrativa. E geralmente, a primeira coisa a ser pensada ao colocar em prática uma ideia, é pensar na sua proposta. O monólogo de um escritor para o seu leitor tem como principal regra não entediar o público, já que ele precisa, como o ar que respiramos, prender a atenção do começo ao fim. Um livro abandonado é uma decepção para quem o escreve e para quem o lê, portanto, esta regra primordial precisa ser levada muito em conta.

Nem todos os autores conseguem fazer isso. Mas Mari Becker consegue.

Existe um grande risco ao publicar um livro diário de viagens. As vezes aqueles acontecimentos foram legais ou especiais somente para o viajante, e não para o leitor. Mas o que pode mudar tudo em um acontecimento comum é a forma como ela é narrada. A perspectiva que o escritor decide incluir na sua escrita. Falar que o protagonista de uma história conheceu velhinhos em uma praia é um acontecimento muito comum, mas falar que conheceu velhinhos na praia, o quanto foi difícil a comunicação e aproximação, e como o personagem mudou em relação a isso, transforma o comum em inspirador. Nem todos conseguem fazer isso, mas Mari Becker consegue.

Não inventa Mariana transporta a gente para diferentes países, nos leva na bolsa da Mari para todos esses causos comuns que lhe deram uma perspectiva singular da vida. Que transformaram a Mari não só nessa jornalista brilhante que conhecemos, mas também em um ser humano que enxerga a beleza no simples. E nada disso precisou ser contado em palavras poéticas - ela só se expressou sinceramente. É por isso que Mari Becker consegue.

Ao fim do livro, chegamos em sua casa junto com ela. Como é bom chegar em casa depois de uma longa viagem, né? Mas melhor mesmo é voltar para a casa que sempre foi o seu lar afetivo - a casa dos pais. Uma singela temporada de Natal narrada por ela é possível encher o seu coração de amor, afeto, saudade e carinho enquanto você lê os capítulos finais.

Outras marcações feitas durante a minha leitura:


"Os pilotos [de Fórmula 1] não falam de medo, não pensam muito nos riscos, na morte. Segundo eles, se refletissem demais, não correriam."

"Um turista comum diria: “Já fiz tudo o que este lugar oferece”. Mas isso é de uma pobreza de pensamento, de sentimento!"

"Às vezes, precisamos ir para bem longe para sermos pegos de surpresa por coisas legais que sempre estiveram perto da gente."

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