Anna tem 37 anos, está separada do marido e as dívidas não param de aumentar. Ela se desdobra para manter o trabalho como garçonete em um restaurante e sustentar as filhas, Chloé e Lily, com quem encontra apenas no café da manhã.
Chloé tem 17 anos. Uma adolescente cheia de sonhos prestes a desistir deles. É por meio de seu blog que vamos conhecendo melhor seus planos e desilusões. Lily, 12 anos, está com problemas na escola e o único a saber disso é Marcel, seu diário, e seu ratinho, batizado com o mesmo nome do pai, Mathias, que abandonou o barco quando ela tinha 5 anos.
Quando Anna se dá conta de que suas filhas não estão bem, ela toma uma decisão inesperada: levá-las em um motorhome, rumo aos países da Escandinávia, para ver a Aurora Boreal.
Uma história emocionante sobre as relações familiares, os encontros e desencontros de gerações e, acima de tudo, sobre o amor.
Sinopse da editora
"Ao longo da vida, sempre julgamos aquilo que acontece conosco, nos alegramos ou nos entristecemos. Mas só no fim saberemos se havia motivo para alegria ou tristeza. Nada está fixo, tudo muda. Não fique triste hoje, porque o que aconteceu com você talvez resulte em grande alegria".
Este foi meu segundo contato com a obra da autora Virginie Grimaldi, e ainda não encontrei defeitos em nenhuma de suas páginas, muito pelo contrário. É o segundo livro que me enche de reflexões e ensinamentos importantes na hora mais oportuna. Parece que você sente que é a hora de ler um determinado livro dela.
Foi nessa frase que eu tive a certeza disso: "a vida se tornou uma adversária, você precisa fazer dela uma aliada".
A leveza que a autora traz em suas histórias é impressionante. Ela consegue falar de temas tristíssimos como violência, sobrecarga, ausência paternal e tantas outras dores do cotidiano sem acabar com a tua raça. Aqui nós temos o alívio cômico trazido por Lily enquanto precisamos conhecer todas as batalhas hormonais da adolescente Chloe. A forma inspiradora de viver um dia de cada vez de Anna é um presente para avaliarmos nossas ansiedades e anseios, assim como ela. E conhecer tantos lugares junto com as personagens deixa a leitura tão acolhedora que dá até vontade de fazer o mesmo que elas.
"É preciso estar atento, mas não deixar o filho pensar que é o centro do mundo; é preciso agradá-lo sem torná-lo indiferente; é preciso balancear a sua alimentação sem privá-lo; é preciso lhe dar confiança, mas garantir que continue humilde; é preciso ensiná-lo a ser gentil, mas não a se deixar passar por cima; é preciso explicar-lhe as coisas, mas não se justificar; [...] é preciso ensinar-lhe autonomia e estar presente; é preciso ser tolerante, mas não permissivo..."
Outro ponto delicioso na leitura é ver o quanto Anna é uma mãezona, sem precisar ser perfeita. A maneira como ela lida com as explosões de revolta da Chloe é de um autocontrole admirável. O quanto ela respeita a forma como Lily encara o mundo de maneira divertida e diferente. É uma história incrível que merece ser lida por todos os pais que se sentem inseguros com a educação de seus filhos.
Claro que sempre há um fator surpresa nos livros de Grimaldi, como se fosse uma cobertura especial no sorvete. Algo que você jamais imaginaria enquanto lê uma história simples e cheia de nuances inspiradoras. É um livro que recomendo de olhos fechados para pais e filhos.
Outras obras da autora que já resenhei:
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