O paquistanês Mohsin Hamid é uma das grandes revelações da literatura recente em língua inglesa. A vivacidade de sua prosa lhe rendeu traduções para mais de 30 idiomas e uma adaptação de sucesso para o cinema, caso de seu romance anterior, O fundamentalista relutante. Hamid traz a história de um garoto pobre da zona rural que muda para a cidade grande, passa a vender alimentos com prazo de validade adulterado e fica rico ao montar uma empresa de distribuição de água engarrafada. Tudo se passa num país fictício, em tudo semelhante ao Paquistão, mas a trama registra um fenômeno próprio a todas as economias emergentes: a luta renhida por ascensão social e as oportunidades existentes nas franjas da lei. O trunfo do autor não é apenas a sensibilidade para temas cruciais da atualidade. Ele se vale de humor e grande ousadia formal: o livro é narrado em formato de manual de autoajuda. O protagonista é o próprio leitor, a quem o narrador se dirige por “você”, numa manobra estilística que revela o alto grau de maturidade literária de Hamid. Faz par com o personagem central uma “mulher bonita” por quem ele se apaixona na juventude e com quem passa a vida, na esperança de firmar uma relação. São personagens difíceis de esquecer, capazes de encontrar momentos de intimidade em meio a um país em ebulição. Sentimental sem pieguice, político sem proselitismo, Como ficar podre de rico na Ásia emergente é um livro capaz ao mesmo tempo de criticar e rir das agruras de nosso tempo.
Sinopse da editora
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Eu esperei um pouco para escrever essa resenha porque, uma odiadora de livros de autoajuda como eu não queria escrever algo no calor do momento (não quero ser cancelada). Mas o que posso começar dizendo é que este livro foi uma grata surpresa, justamente por tratar esse universo da autoajuda com o sarcasmo que eu acho que ele merece.
Mohsin Hamid nos traz a história de um personagem sem nome, que vive em um país emergente não mencionado, e é através dessa falta de proximidade do leitor com o protagonista que ele vai tratar você como o próprio personagem da história dele. Assim acompanhamos a saga deste personagem desde o seu nascimento até seu último dia de vida, e como ele passou de uma infância pobre para uma vida adulta cheia de riquezas, por intermédio de dicas sonsas que o autor oferece no decorrer do livro.
E em meio há críticas sociopolíticas e bons argumentos relacionados a atitudes duvidosas dos personagens que Mohsin vai nos mostrando de forma bem cínica que não existe almoço grátis, nem tão pouco fórmulas mágicas para que você vença todos os obstáculos da vida para se tornar uma pessoa rica de forma honesta.
Uma leitura rápida, fluída, e sem dúvidas, cheia de nuances para o leitor refletir sobre diferentes questões morais.
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